Sereia Tricoteira: Uma breve história do tricô

Para dar início ao site, pensei em compartilhar minhas descobertas sobre o surgimento e desenvolvimento da arte de tricotar. Não pretendo aqui me esgotar por completo a história, mas tentar entender as origens do tricô.

Primeiro, a palavra TRICOT, de origem francesa que significa “varinha”, faz referência às agulhas usadas para técnica de entrelaçar os fios. Porém, a técnica nasceu no Antigo Egito, onde o entrelaçamento era feito com a ajuda de ossos ou madeira. Na literatura grega antiga, Penélope tricotava de dia e e desmanchava a noite, na esperança que o marido Odisseu voltasse para casa.

meias tricotadas no Egito, entre 3 e 5 anos D.C

A arte se expandiu para o mundo árabe, com as invasões do final do século VII, o tricô chega à Europa e ganha várias novas características, especialmente nas ilhas britânias de Jersey (lembra do nome do ponto!), Fair (fair isle, aquele tricô cheio de desenhos coloridos), ilhas Aran e Shetland.

Naquela época a lã de animais como ovelhas, coelhos, lhamas, bode e também o fio produzido pelo bicho da seda. Mais adiante, tínhamos as fibras vegetais, oriundas do algodão, linho e junto, por exemplo. Atualmente, temos fios de fibras sintéticas como a poliamida, o acrílico, o poliéster e o nylon. Mais recentemente, também surgiram os novelos feitos de fibra de bambu, super macios e com cores lindas e duráveis. Os bichinhos agradecem, pois sabe-se do sofrimento causado pela exploração animal causada por essa indústria. Hoje em dia, temos também pequenas empresa que fazem a extração dos fios de origem animal sem crueldade. É importante sempre se informar para comprar novelos de fios que vão ter uma boa durabilidade e que não vão contribuir para a exploração tão cruel dos bichinhos. Pense nisso na tua próxima compra de novelos! Os fios de origem vegetal e sintéticos são lindos, macios e super bem mais em conta!

Sobre as tendências, elas mudaram bastante com o tempo, os fios foram ficando cada vez mais grossos e macios. Antigamente os fios era bem fininhos e as peças demoravam muito tempo até ficarem prontas, hoje temos o maxi tricot, ou tricô gigante. Sobre as cores e pontos usados, houve a época onde se usavam muitas cores e formas geométricas (fair isle), depois surgiram os pontos rendados super delicados e trabalhosos e hoje percebemos a volta ao tricô mais “clean”, ou seja, a supervalorização dos pontos básicos (tricô e meia) e de trabalhos de cor única ou blocos grandes de cores.